Um campo, uma rede divisória, bola, raquetes, dois ou quatro jogadores. Para jogar tênis, basta apenas fazer a bola passar de um lado para o outro com o auxílio das raquetes. Nada mais simples do que jogar tênis. Claro que não é bem assim; uma partida de tênis poderia ser muito aborrecida. Poderia ser, mas não é aborrecida. O tênis carrega uma força enorme em si; no drama da derrota ou na alegria da vitória, no esforço para sobrepujar o adversário. Por tudo isso, o tênis torna-se um pouquinho mais complexo que um simples passar de bolas por sobre a rede.

O tênis é um jogo aguerrido, e, ao mesmo tempo, civilizado. No tênis não há o contato físico entre os adversários, pois a rede está ali, separando os oponentes. Assim a competição se dá, baseada na habilidade de cada um. Em esportes como o futebol ou basquete, o contato físico pode estabelecer uma vantagem momentânea que pode até mesmo desequilibrar uma partida. No tênis isso não ocorre, o que não quer dizer que o esporte tenha pouco a contribuir para o desenvolvimento físico. Ao contrário, em uma partida de tênis se utilizam todos os músculos do corpo humano. Para se tornar um bom tenista, é preciso aliar força física (para rebater os golpes), coordenação (para manter o equilíbrio), concentração (essencial), agilidade (para se antecipar às jogadas) e muita técnica (que só se consegue com muita prática). Cada um destes fatores devem ser utilizados na hora certa em uma partida de tênis.

Naturalmente, quando se disputam partidas de uma, duas, ou mais horas de duração, é preciso dosar a força para manter o fôlego. Mas é na cabeça que se esconde o segredo de um bom tenista, seja ele, profissional amador ou “de fim de semana”, poucos esportes de ação demostram tão bem a supremacia da mente sobre o corpo.

O tênis é também um esporte muito emocionante. A vitória em uma partida de tênis é um momento inesquecível, pois significa a sua supremacia técnica sobre o adversário. Para vencer no tênis, é preciso aproveitar da melhor forma as oportunidades e os erros do adversário. É nisto que consiste a beleza do tênis e que o transforma em um desafio constante no qual cada jogador tenta, continuamente, a superação. A cada jogo, a cada treino, pode-se sentir esta emoção que não se contém apenas nas quadras. Ela flui para a plateia através do drama, força e emoção de cada golpe. Há eletricidade no ar, um tipo muito especial de emoção que só se pode sentir no tênis. (Colaborador: Márcio Clementino, professor de Tênis da Escolinha do Novo Leblon).

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